Posto Fronteiriço de Qingmao só vai receber cidadãos chineses

FOTOGRAFIA EDUARDO MARTINS

No Posto Fronteiriço de Qingmao, cuja conclusão não deverá acontecer este ano, apenas vão poder atravessar cidadãos chineses. A informação foi ontem avançada por Raimundo do Rosário, na Assembleia Legislativa, em resposta a uma interpelação oral de Lam Lon Wai sobre o planeamento da Ilha Verde. À saída da sessão plenária, o secretário para os Transportes e Obras Públicas explicou aos jornalistas que esta nova fronteira deve ser entendida como um desdobramento das Portas do Cerco e que poderá apenas ser utilizada por peões.

“Na nova fronteira só vão passar cidadãos chineses. As outras nacionalidades têm que passar pelas Portas do Cerco. Os chineses podem escolher se querem apanhar a nova fronteira ou as Portas do Cerco”, revelou ontem o governante. Em declarações aos jornalistas, Raimundo do Rosário afirmou que se deve “olhar para isto não como uma nova fronteira, mas como um desdobramento da existente”. “Há muita gente que usa [as Portas do Cerco], principalmente na época do Ano Novo Chinês, e a única coisa que se quer é separar as pessoas por duas portas, em vez de andarem todos pela mesma porta”, explicou.

O secretário detalhou que, depois de atravessar para o lado chinês do Posto Fronteiriço de Qingmao, haverá um corredor para levar as pessoas para a saída das Portas do Cerco. “Por isso é que eu disse que é um desdobramento, não é propriamente uma nova fronteira”, acrescentou. Os cidadãos chineses que escolherem este ponto de entrada e saída poderão ainda dirigir-se directamente para uma nova estação de comboios que Zhuhai está a construir junto à que já existe perto das Portas do Cerco.

Na sessão plenária, Raimundo do Rosário admitiu que “vai ser muito difícil” ter o Posto Fronteiriço de Qingmao a funcionar até ao final do ano. “A situação actual é a seguinte: as ligações a Zhuhai vão ser concluídas em Abril ou Maio; da nossa parte, já temos o projecto [do edifício] aprovado, não precisamos de fazer concurso público, mas o projecto do edifício de Zhuhai ainda não foi autorizado. A probabilidade de finalizar as obras até ao final do ano é muito baixa”, detalhou. C.V.N.

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