“Pode afectar percepção de independência”

A direcção da Associação de Imprensa em Português e Inglês de Macau (AIPIM), presidida pelo director da TDM, João Francisco Pinto, considera que na sequência do anúncio da candidatura de Carlos Morais José às eleições legislativas, na lista liderada por Agnes Lam, “seria ética e deontologicamente mais adequado que o director do jornal suspendesse a sua actividade durante o período da campanha eleitoral”.

No comunicado emitido ontem a AIPIM esclarece: “Não duvidamos que o jornal e o director mantenham os critérios de profissionalismo que têm evidenciado. No entanto, consideramos que a não suspensão pode afectar a percepção da independência deste órgão de comunicação social e dos seus profissionais.”

A AIPIM saúda “a participação cívica de Carlos Morais José em tão importante acto da vida política de Macau”, manifestando-se contudo contra a posição editorial ontem assumida pelo director do Hoje Macau, explicando a decisão de não suspender as funções directivas até às eleições. “Sendo proprietário e director deste jornal, considero que seria uma hipocrisia suspender as minhas funções directivas daqui até às eleições. Os jornalistas, como todos os cidadãos, têm o direito à participação cívica e política na sociedade. Não têm que deixar de trabalhar só porque se candidatam a um cargo politico, nem tal facto significa que sejam alterados os procedimentos profissionais que pautam a feitura deste jornal”, lê-se no referido editorial.

Carlos Morais José reage à posição da AIPIM, mantendo a posição que tomou: “Em primeiro lugar, estou muito satisfeito pela preocupação expressa pela AIPIM em relação à independência dos órgãos de comunicação social da RAEM; em segundo lugar, quero desde já garantir que no caso vertente não há motivos para preocupação; em terceiro lugar, o jornal está todos os dias aberto para que um membro da direcção da AIPIM aqui se desloque e aqui permaneça as horas que entender necessário para julgar – e até ajudar na feitura no jornal – e assim ter a certeza de que todos os procedimentos jornalísticos correctos aqui são respeitados”.

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