AIPIM cumpre “objectivo antigo” e é aceite na Federação Internacional de Jornalistas  

 

Arrancou em 2012 e culminou apenas neste último fim-de-semana, o processo de integração da Associação de Imprensa em Português e Inglês de Macau (AIPIM) na Federação Internacional de Jornalistas (FIJ). Apresentada em Setembro, a segunda candidatura do organismo foi aceite por parte da Comissão Executiva do organismo e a AIPIM vê assim cumprido um “objectivo antigo”. A entrada poderá vir a traduzir-se na extensão a Macau de uma carteira profissional internacionalmente reconhecida.

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A Associação de Imprensa em Português e Inglês de Macau (AIPIM) cumpriu o que José Carlos Matias diz ser “um sonho” e um “objectivo antigo”, o de integrar a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ). A decisão de incluir não só a AIPIM mas também outras nove organizações de jornalistas foi tomada este fim-de-semana, durante uma reunião da Comissão Executiva da FIJ que teve a Tunísia como palco. Em declarações ao PONTO FINAL, o presidente da direcção da Associação de Imprensa em Português e em Inglês de Macau sublinhou o facto de esta ser “a primeira vez que uma associação de jornalistas do território adere à FIJ”.

“Este reconhecimento fortalece e reforça a nossa posição, quer do ponto de vista interno, quer do ponto de vista externo, no que diz respeito àquilo que nós consideramos ser um eixo da nossa missão que tem a ver com a defesa firme da liberdade de imprensa, o direito à informação e a promoção de uma cultura ética e deontológica de um jornalismo de qualidade. É desde logo um aspecto simbólico, mas também prático que realça e reforça o nosso papel”, considerou José Carlos Matias.

A AIPIM vai passar a integrar a Federação Internacional de Jornalistas – assim que estiverem concluídas as formalidades de adesão – na qualidade de “membro associado”, uma vez que o estatuto de “full member” (membro pleno) se encontra reservado aos sindicatos de jornalistas: “A categoria de ‘associate member’ [membro associado] é para associações de jornalistas que não são sindicatos porque não podem ser nas jurisdições em que actuam mas que  desempenham um papel firme na defesa da liberdade de imprensa, dos direitos dos jornalistas, na intervenção relativamente a valores chave”, explicou José Carlos Matias.

De acordo com a constituição da Federação Internacional de Jornalistas, aos membros associados é permitida a participação “em todas as actividades da federação” e estes podem estar representados no Congresso por um delegado que, contudo, não tem direito ao voto. A última revisão deste documento, realizada em Junho de 2016, obriga a que os membros associados, três anos após a sua entrada no organismo, requisitem a sua passagem para “full members”: “Qualquer membro associado que não procure, dentro de três anos após a adopção desta emenda ou da sua aceitação, actualizar a sua posição para membro pleno será reportado ao Comité Executivo da FIJ para considerar a manutenção da sua adesão”, indica a constituição.

 

A entrada da AIPIM naquela que é a maior organização mundial de jornalistas abre igualmente as portas para uma credenciação reconhecida internacionalmente, algo que, de acordo com José Carlos Matias, “tem sido um dos aspectos mais discutidos internamente”: “O ‘international press card’ [carteira internacional de jornalista] é reconhecido em todo o mundo, abre portas e fortalece e realça aquele que é o papel do reconhecimento de um jornalista. Obviamente que ainda temos que dar uns passos para chegar lá mas o primeiro passo já está dado”, reconhece.

O parecer favorável da Comissão Executiva da Federação Internacional de Jornalistas dado este fim-de-semana vem, deste modo, dar por concluído um processo iniciado em 2012. Foi nesse ano que a Associação de Imprensa em Português e Inglês de Macau apresentou a sua primeira candidatura para integrar a Federação mas, nessa altura, na qualidade de membro pleno. “Na altura essa candidatura não seguiu, penso que a decisão foi adiada para futura análise”, explicou José Carlos Matias. Ao tomar posse como presidente da AIPIM, em Fevereiro deste ano, o dirigente retomou este primeiro processo e formalizou uma segunda candidatura em Setembro último que, segundo contou, teve o apoio da Associação dos Jornalistas de Hong Kong.

Neste fim-de-semana a Comissão Executiva da FIJ aprovou também a admissão de oito outras organizações: o Grémio dos Autores (Estados Unidos da América), a Sociedade dos Jornalistas (Polónia), a Associação da Imprensa das Honduras, a Associação dos Jornalistas de El Salvador, o Sindicato dos Jornalistas Lituanos, o Sindicato dos Jornalistas Sírios, a Associação dos Jornalistas Sírios, o Sindicato dos Jornalistas Libaneses e o Sindicato dos Jornalistas do Sudão do Sul passaram também a integrar a Federação Internacional dos Jornalistas.

A FIJ foi estabelecida no ano de 1926, em Paris, como “Fédération Internationale des Journalistes”, adoptando a sua actual nomenclatura em 1952. Actualmente, o organismo representa cerca de 600.000 jornalistas em 140 países.

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