Perigo de desabamento no aterro para resíduos sólidos ameaça aeroporto

O lixo no aterro de resíduos sólidos cresceu mais de dois metros nos últimos anos e um eventual desabamento pode ameaçar o normal funcionamento do Aeroporto Internacional de Macau. O alerta foi ontem deixado por Raimundo do Rosário na Assembleia Legislativa.

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João Santos Filipe

O lixo acumulado no Aterro de Resíduos de Materiais e Construção, que tem uma altura superior a 20 metros, é uma ameaça para o funcionamento do Aeroporto Internacional de Macau. A questão foi ontem abordada pelo secretário para os Transportes e Obras Públicas, na Assembleia Legislativa.

“Em Macau só há um aterro para os resíduos sólidos e em dois anos aumentou cerca de 2,5 metros e vai continuar a aumentar. Por isso é que digo que esta é uma questão importante. Se aquilo cair vai haver problemas com o Aeroporto”, admitiu Raimundo do Rosário, perante os deputados.

“Eu não tenho outro lugar para colocar o lixo, por isso é que já avisei o presidente da Autoridade de Aviação Civil [Simon Chan]. Também o director  dos Serviços de Protecção Ambiental, Raymond Tam já começou a debater a questão. Estamos a estudar a criação de um novo aterro na Zona D”, acrescentou.

A zona D dos novos aterros vai ficar situada à frente da Ilha da Taipa, entre as pontes da Amizade e do Governador Nobre de Carvalho.

“Para lidar com o problema vamos fazer uma selecção e triagem mais eficaz dos resíduos inertes [ lixo que não se decompõem]. Depois na Zona D vamos fazer um novo aterro sanitário para aliviar a pressão do aterro ao pé do Aeroporto”, disse Raymond Tam, director da Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental.

“Em meados deste ano também fizemos um estudo para a aperfeiçoar o actual aterro para que este possa receber mais lixo”, explicou.

 

Mais voos em Macau

 

Outra das questões abordada em relação ao Aeroporto foi a necessidade de aumentar o número de ligações aéreas que têm o território como destino. O médico Chak Iek Lap foi um dos deputados que perguntou a Raimundo do Rosário o que está a ser feito nesse sentido. A resposta ficou a cabo do presidente da Autoridade de Aviação Civil.

“Precisamos de uma cooperação mais intensa com várias entidades. Neste momento já temos um acordo com Hong Kong e temos 28 companhias que nos proporcionam 150 voos diários”, disse Simon Chan. “Com a expansão do terminal vamos também aumentar os lugares de estacionamento”, frisou.

O responsável explicou depois as dificuldades de Macau funcionar como um ponto para a realização de escalas por parte de voos ligados ao Interior da China, como tinha sugerido o deputado Chan Meng Kam.

 

“É uma questão que envolve muitos interesses. Se forem voos cuja partida ou chegada não é em Macau, precisamos da autorização do Governo Central para que eles façam escala aqui”, disse Simon Chan.

 

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