Selecção de taekwondo de Macau regressa da Malásia com duas medalhas

Uma medalha de ouro conquistada pelo croata Nikola Maricic – veterano atleta que tem trazido ultimamente muitas alegrias à RAEM também noutras artes marciais – e uma de prata, pela jovem esperança Lin Ka Ho. Eis o saldo da participação de Macau no Campeonato Aberto Internacional de Taekwondo, que se realizou no fim-de-semana em terras malaias.

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Rodrigo de Matos

O mestre croata de artes marciais Nikola Maricic voltou a fazer das suas e a elevar as cores de Macau ao patamar mais alto do pódio, desta vez no Campeonato Aberto Internacional de Taekwondo, competição que teve a sua décima edição este fim-de-semana em Kuala Lumpur, capital da Malásia. No duelo decisivo, o atleta veterano radicado na RAEM acabou por se superiorizar ao indonésio Billy Komara, concretizando assim a desforra numa disputa que reeditou a final do ano passado.

O ouro de Maricic foi conquistado na categoria de “poomsae”, vertente que se resume a sequências de movimentos que simulam o combate entre o praticante e um ou vários oponentes imaginários: “Desta vez, o meu estilo, ritmo e posturas estiveram bem acima dos da concorrência. Além disso, a minha energia e expressão estiveram em alto nível, até porque o meu objectivo não era vencer, mas sim extrair o melhor de mim próprio e não havia, por isso, barreiras dentro de mim a impedir que me expressasse por inteiro”, explica o campeão, em declarações ao PONTO FINAL, antes de apanhar o avião de regresso ao território.

Além do ouro na disciplina de poomsae, Macau regressa da Malásia com uma outra medalha, arrebatada por Lin Ka Ho, jovem atleta que conseguiu ir à final e conquistar a prata na categoria de gyeorugi, a disciplina de combate livre nas lides do taekwondo.

 

O futuro do taekwondo de Macau

 

Maricic, de 47 anos, era de resto uma excepção na equipa de 10 atletas que levou as cores da RAEM à Malásia e que se distinguiu pela sua juventude. “Todos eles tinham idades inferiores a 18 anos, excepto eu, pelo que podemos considerar que representaram Macau muito bem”, afirma o mestre de artes marciais. Além da medalha de Lin Ka Ho no gyeorugi, o veterano destacou o desempenho do jovem Elias Chao: “Foi definitivamente um dos nossos melhores e, por pouco, não se apurou para disputar uma medalha também. O taekwondo que apresentou foi pleno de intensidade, sentido estratégico e atitude de campeão”, sublinha o mestre, considerando esse um dos nomes a ter em conta no futuro.

A postura dos atletas da RAEM, refere Maricic, foi tal que não passou despercebida junto de outras selecções: “Houve treinadores a perguntarem-nos se Macau iria organizar alguma competição em breve, pois gostariam de voltar a encontrar-se connosco. Aproveitámos para convidá-los para o Campeonato Aberto de Taekwondo de Macau, que se realiza nos dias 29 e 30 do próximo mês”, confidenciou Nikola Maricic ao PONTO FINAL.

Sem esconder o seu entusiasmo pelo futuro da modalidade no território, o croata lembra que a Associação de Taekwondo de Macau está aberta a receber quem quiser experimentar a modalidade: “Promovemos o espírito de equipa e qualquer um se pode juntar a nós, com a certeza de que estará sob os cuidados de grandes treinadores”, explica. Maricic lamenta apenas que neste momento existam menos praticantes portugueses do que gostaria: “Seria óptimo se pudéssemos levar a modalidade à Escola Portuguesa de Macau, para ajudar esses miúdos a atingirem um nível que lhes permitisse também fazer parte da equipa”, adianta.

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