UM junta-se à CPLP na celebração da língua portuguesa

A Universidade de Macau celebrou ontem o Dia da Língua Portuguesa com um conjunto de iniciativas que contaram com sala cheia. A directora do Departamento de Português fala no interesse crescente pela língua, que se traduz no aumento contínuo de inscrições na licenciatura em Estudos Portugueses.

IMG_1267

Sílvia Gonçalves

O Departamento de Português da Faculdade de Artes e Humanidades da Universidade de Macau (UM) organizou ontem o Dia da Língua Portuguesa. A data foi instituída pela CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) e assinala-se a 5 de Maio. A UM junta-se à festa da lusofonia e antecipa-se no calendário para não colidir com o período de exames dos estudantes, explicou a directora do departamento, Fernanda Gil Costa, que destacou na edição deste ano uma aula dada aos iniciados por alunos do 4º ano da licenciatura em Estudos Portugueses.

“Tem a ver com o facto da CPLP ter criado o Dia da Língua Portuguesa. Mas o semestre da UM termina na última semana de Abril. Em Maio os estudantes estão em exames, optamos por antecipar a data. Apesar de fazermos a festa numa dia diferente, pretendemos que o espírito seja o mesmo. Mudamos a data para Abril porque queremos que a festa seja sobretudo dos estudantes de língua portuguesa”, conta Fernanda Gil Costa.

O programa arrancou às 9h30 no anfiteatro do Centro de Actividades dos estudantes. E arrancou com uma inversão de papéis, com os pupilos a tomar em mãos os comandos de uma aula com a duração de uma hora: “A iniciativa mais original foi uma aula dada pelos alunos do 4º ano aos alunos da iniciação. Deram uma aula sobre vários problemas da língua, as dificuldades na aprendizagem, como a passagem do discurso directo para o indirecto, por exemplo”.

Também houve uma gincana cultural e um período dedicado à apresentação de vários actos performativos, protagonizados por estudantes de português: “Houve uma récita de poesia, uma peça de teatro, canções, coros, e uma outra récita. Foram várias interpretações de alunos de português”. Fernanda Gil Costa deu o exemplo de uma antiga aluna, hoje com carreira artística em Hong Kong: “A Josie Lee dos Santos interpretou um fado em português e chinês, um bocadinho adaptado. E cantou mais um tema em português”.

Seguiu-se a cerimónia de premiados da competição da manhã e o Dia da Língua Portuguesa culminou  com um Festival Gastronómico Lusófono. O evento contou com a participação de “30 a 40 alunos”, tendo contado com outros 200 numa assistência que, segundo a docente, encheu o anfiteatro.

Fernanda Gil Costa, que chegou à instituição em 2012, fala no interesse crescente pela língua: “Eu penso que sim, pelo menos do interesse dos estudantes pela língua ou pelos cursos que ensinam a língua, que, no nosso caso, é a licenciatura em Estudos Portugueses e o mestrado em Tradução português-chinês/chinês português”, explica.

Uma realidade acompanhada pelo crescimento na afluência de candidatos. “Há um crescimento de inscrições na licenciatura significativo, de há dois ou três anos para cá. São 70 a 80 alunos por ano, já com os oito a 10 alunos da quota chinesa. Desde que cheguei tem estado sempre a subir”, assegura Gil Costa.

Um aumento de alunos que não se tem feito acompanhar pelo respectivo aumento do corpo docente, numa situação de carência que deverá ficar parcialmente colmatada com a contratação, até ao início do próximo ano lectivo, de mais dois professores de português, referiu a directora do Departamento de Português da Universidade de Macau.

Leave a Reply