Ieong Wan Chong alerta contra “actividade extremista”

1 ieong wan chongO académico do Instituto Politécnico de Macau afirma que só uma “minoria” mostra desconfiança em relação ao Chefe do Executivo reeleito.

Iris Lei

O académico Ieong Wan Chong, membro da Comissão de Divulgação da Lei Básica e antigo director do Centro de Estudos Um País, Dois Sistemas, defende a prevenção do que considera ser “actividade extremista” no território. A sugestão é feita num livro lançado ontem oficialmente no Instituto Politécnico de Macau.

Ieong explica o que entende por “actividade extremista”: “são aqueles que invocam a democracia, mas com o objectivo de perpetuar a prática da governação colonial anterior à transferência de soberania, ou que fazem todas as tentativas de copiar o modelo ocidental de democracia”. A ideia é exaustivamente tratada em “Estudos Sistemáticos sobre a Teoria de ‘Um País, Dois Sistemas’”, uma obra de 200 páginas.

Dando o exemplo de Hong Kong, onde actualmente é intenso o debate sobre a reforma política na sequência da decisão adoptada pelo Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional relativa ao método de eleição do Chefe do Executivo, Ieong considera que em Macau o movimento pró-democracia ainda não adquiriu características tão extremadas, mas pesa o “facto inevitável” de o campo da oposição não desmobilizar voluntariamente. Para o académico, é “insensato” não haver preparação ou manter uma defesa insuficiente relativamente a estes movimentos.

Em comentários à margem da apresentação do livro, ontem, Ieong Wan Chong comentou os resultados da consulta promovida pelas Sociedade Aberta, Consciência de Macau e Juventude Dinâmica. Ieong considera que só “uma minoria” manifesta desconfiança em relação ao Chefe do Executivo reeleito, Chui Sai On. Foi esta a posição de 7762 de 8688 participantes no referendo civil e de 13 de 400 membros do colégio eleitoral, que votaram em branco no último domingo.

“São apenas oito mil opiniões, representam menos de um por cento da população de acordo com as última estatísticas demográficas – temos mais de 600 mil pessoas. Portanto, não é um problema”, defende. “Podem não confiar hoje, mas começar a confiar amanhã”, afirma o académico.

Durante o período de campanha de Chui Sai On, o candidato recebeu apelos para uma nova reforma politica no próximo ano por parte dos grupos pró-democracia. Ieong considera o cenário “praticamente impossível”, considerando que enquanto a economia continuar a florescer não haverá uma exigência elevada pelo sufrágio universal.

“O cidadão normal preocupa-se pouco com quem ocupa os cargos de deputado ou Chefe do executivo. A principal preocupação é o salário, seja este de dez mil patacas ou 20 mil patacas. É mais prático”, diz.

Mas o antigo membro da Comissão de Redacção da Lei Básica da RAEM n

ao põe completamente de parte a possibilidade de haver sufrágio universal – um “nível mais elevado” de participação – no futuro, sublinhando que é importante absorver a experiência da região administrativa especial vizinha.

“Se alguns deputados chumbarem a proposta [do Governo central], é mais que certo que a discussão ficará encerrada em Macau. Hong Kong é um exemplo forte para Macau”, considera.

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