Activistas pró-democracia convocaram ontem o primeiro protesto no novo campus da Universidade de Macau (UM), na Ilha da Montanha.
A manifestação, marcada para 31 de Outubro, tem como alvo os alegados ataques à liberdade académica – este ano, dois professores de Ciência Política perderam os seus empregos, tanto no ensino público como privado – e também alegados casos de assédio sexual na UM.
“Queremos que toda a gente que esteja preocupada com a liberdade académica em Macau participe”, apelou Jason Chao, antigo aluno da UM e ex-presidente da Associação Movo Macau.
Os promotores da manifestação já notificaram o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais da intenção de organizar o protesto no campus universitário, sob jurisdição de Macau, mas receiam que “as autoridades façam algo para impedir a actividade”.
“Se negarem o pedido, iremos novamente para tribunal”, assegurou Jason Chao.
Apesar de estar do outro lado da fronteira, terreno onde está instalada a universidade é administrado por Macau: em teoria, aplicam-se as mesmas leis da RAEM, incluindo a que regula o direito à manifestação.
Jason Chao explicou que o protesto vai decorrer ao ar livre, desejando que aconteça “como qualquer manifestação num espaço público”.
Apesar de o protesto estar marcado para o campus da UM, Jason Chao esclarece que pretende atrair todos os que se preocupam com a questão da liberdade académica.
A manifestação pretende também alertar para alegados casos de assédio sexual na universidade, depois de um grupo de estudantes ter denunciado que um professor suspenso por 12 dias devido a acusações de assédio a uma aluna.
Na terça-feira, alunos pertencentes a uma das listas concorrentes à liderança da associação de estudantes, a “Refresh” (ver texto ao lado) apelaram ao “Fim do assédio sexual na universidade”.
Contactados pela agência Lusa, os alunos recusaram prestar declarações sobre o assunto.