Oportunidades do lado de lá da fronteira

A cidade quer elevar a criatividade e a moda “Made in Macau” a níveis de reconhecimento regional e internacional. “Os jovens de Macau têm muito talento e muita criatividade, mas falta-lhes, todavia, as capacidades técnicas para conseguirem competir com o Continente, sobretudo na área da animação e da pós-produção”, disse ao PONTO FINAL Chan Peng Fai, chefe do departamento de promoção das indústrias culturais e criativas do Instituto Cultural.

A criatividade tem um pavilhão na 18a edição da Feira Internacional de Macau que, este ano, é dedicado ao design multimédia e audiovisual. Estão presentes 19 entidades das indústrias culturais e criativas de Macau. O objectivo do Instituto Cultural é dar visibilidade às empresas e criar-lhes oportunidades para crescerem, quer em termos de qualidade, quer em volume de negócios, através do intercâmbio com o que se faz lá fora.

Queremos “estimular o intercâmbio e fortalecer as trocas das empresas locais com homólogos do Continente e de outros países e incentivar as companhias locais a explorarem oportunidades de negócios com empresas fora da RAEM”, disse Chan Peng Fai.

Na área da moda, Macau tem, também, ainda muito que crescer, mas há oportunidades à espreita do lado de lá da fronteira. “Quando comparamos com outros países, o número de designers em Macau é muito reduzido, mas acho que os jovens ainda assim são muito afortunados, porque Macau está mesmo ao lado do Continente e eles podem tirar partido dessa proximidade com o mercado continental, tirar partido dos recursos e das técnicas. Os jovens designers têm muitas formas de se promoverem no mercado da China”, afirmou ao PONTO FINAL a administradora do Grupo Rainbow, Terry Sio.

A empresária, que é também Presidente da MIBA (Associação Comercial de Empresas de Marcas Internacionais de Macau), que reúne 55 associados em Macau e Hong Kong, falava à margem da palestra sobre o sector do vestuário no Continente, Taiwan, Hong Kong e Macau, que se realizou ontem na MIF.

A palestra convidou jovens estudantes de moda de Macau para uma troca de ideias sobre o futuro e o potencial do mercado de moda em Macau. Terry Siu preside a uma rede de 30 lojas de marcas de luxo em Macau, que empregam à volta de 500 empregados. No Continente o grupo detém outras 160 lojas, espalhadas por 30 cidades.

Com vista a “trazer a criatividade ao público”, o Instituto Cultural criou um calendário de actividades e espectáculos destinados ao público para o pavilhão da criatividade, cujo conceito e design foi concebido pela empresa Conde Group. O primeiro dia do evento foi dedicado a uma aula de pintura orientada pelo instrutor Lei Chi Ngok, que acompanhou cerca de uma dezena de aprendizes a esboçar o retrato de uma modelo. Uma t-shirt foi a recordação que os participantes puderam levar para casa. Até domingo, o público vai poder assistir e participar em sessões de canto, com presença de cantores locais, e a um talk-show ao vivo, dinamizado pelo animador e cantor Kevin Cheng.

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