Advogado português atingido com ácido

Luís Filipe de Oliveira foi ontem atingido com ácido junto ao antigo Tribunal Judicial de Base. O advogado português seguiu para a unidade de cuidados intensivos do São Januário. Uma mulher chinesa também ficou ferida.

Hélder Beja e Isabel Castro*

Eram cerca das 17h de ontem quando o advogado Luís Filipe de Oliveira foi atingido com um tipo de “líquido corrosivo” junto ao antigo Tribunal Judicial de Base, avançou o porta-voz da Polícia de Segurança Pública (PSP) a este jornal. Oliveira, cuja identidade foi avançada pela própria PSP, teria acabado de sair do supermercado Pavilions quando foi atingido com ácido. O líquido também feriu uma mulher chinesa que passava perto.

“Alguém deitou líquido no seu corpo e ele ficou ferido”, disse ao PONTO FINAL o porta-voz da polícia. As queimaduras fizeram com que o português tivesse de ser transportado para o Centro Hospitalar Conde de São Januário. À hora de fecho desta edição, encontrava-se internado na unidade de cuidados intensivos.

Nem a Polícia Judiciária (PJ) nem a PSP, que tomou conta da ocorrência em primeiro lugar, avançam muitos mais detalhes. De acordo com as autoridades, não há até ao momento qualquer suspeito. “Não sabemos se foi homem ou uma mulher”, disse o mesmo porta-voz da PSP.

Ainda não é certo qual o líquido que terá provocado as queimaduras em Luís Filipe de Oliveira. De acordo com a PSP, serão feitos testes para aferir de que tipo de ácido se trata.

O caso está agora com a PJ, que referiu que a mulher chinesa que passava por perto ficou ferida nas mãos, e que irá prosseguir com a investigação.

Pelo que este jornal conseguiu apurar ao princípio da noite de ontem, o advogado português está consciente, se bem que ainda “combalido” com o sucedido. Foi atingido pelo ácido sobretudo do queixo para baixo, descreveu-nos uma pessoa próxima da vítima, que explicou ainda que Luís Filipe de Oliveira tem queimaduras no pescoço e peito, bem como numa das mãos. O líquido não atingiu os olhos, garantiu a mesma fonte, recordando que o advogado é de estatura elevada e explicando que “terá, ainda assim, conseguido desviar-se” do agressor.

Luís Filipe de Oliveira trabalha perto do local onde foi atingido, uma zona da cidade onde estão instalados vários escritórios de advogados. É também notário privado, sendo que exerce advocacia em Macau desde 1997.

A utilização de ácido em agressões foi, no passado, bastante comum em Macau. Nos últimos tempos não tem havido notícia de crimes com recurso a este método, altamente lesivo – quem o emprega não tem, por norma, intenção de colocar em risco a vida da vítima, mas sim de deixar marcas permanentes.

Muitas das histórias deste género que chegaram aos tribunais de Macau estão relacionadas com questões passionais, mas em Hong Kong, onde este tipo de delito atingiu proporções preocupantes recentemente, havia quem praticasse o crime sem razão aparente nem vítima determinada, com vários transeuntes de ruas movimentadas a serem queimados com ácido atirado de janelas. * com Stephanie Lai

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