A língua que faz falta aos negócios

O presidente da Associação das Ciências Económicas diz o que é necessário: “Precisamos de profissionais que consigam falar quer mandarim, quer português”. O bilinguismo em cantonês, defende Lao Chi Ngai, cerca os contactos empresariais entre a China e os países da lusofonia a um segmento restrito. O papel de Macau será também formar intérpretes que entendam a língua de Pequim para alargar a comunicação comercial.

“Em Macau, temos alguns quadros que dominam o português e o cantonês – a maioria são macaenses – mas estes profissionais servem apenas um mercado pequeno. A formação em mandarim/português é essencial”, observa Lao Chi Ngai. A extensão das capacidades linguísticas dos intérpretes locais será, garante, “uma vantagem enorme”, uma que chega a “um mercado muito maior”.

Que influência é que a 3ª conferência ministerial do Fórum Macau vai ter entre portas? “A diversificação económica”. O analista concretiza: “É realmente importante que Pequim possa usar Macau como plataforma para implementar mais projectos”. E insiste: “Macau deve agarrar e reforçar a sua vantagem linguística – este é o primeiro passo. Deve também fortalecer a posição de intermediário para impulsionar a cooperação sino-lusófona”.

Lao Chi Ngai espera que o discurso do primeiro-ministro Wen Jiabao confirme o “apoio nacional” ao trabalho da RAEM como plataforma nas relações bilaterais e dê indicações sobre os “projectos que podem contribuir para o desenvolvimento de Macau”. Mas o dirigente associativo reconhece que os resultados do famigerado papel do território na comunicação entre a China e a lusofonia não saltam à vista: “A base que construímos no últimos anos pode não ter conseguido atingir feitos consideráveis. Porém, acredito que temos de continuar a trabalhar mais, durante um par de anos, para ver o sucesso chegar”. “Macau precisa, realmente, de reforçar a sua língua e a sua cultura”, reitera.

Ainda assim, “apenas uma pequena porção das pequenas e médias empresas podem beneficiar da cooperação” entre a China e os países de língua portuguesa. “Temos vindo a trabalhar na área do franchising, mas os resultados dos últimos anos não têm sido muito notórios”, diz. A mensagem de Lao Chi Ngai é uma: “Precisamos de ir mais longe na comunicação”. S.N./S.L.

 

 

 

 

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