A lista 15, de Au Kam San, garante que não está de candeias às avessas com o Próspero Macau Democrático de Ng Kuok Cheong. A cisão, sublinham uma vez mais, faz parte da estratégia que pretende multiplicar o número de assentos na Assembleia Legislativa para que os dirigentes da Associação Novo Macau tenham maior força. Os objectivos declarados são lutar contra a corrupção e pelo sufrágio universal.
Lutar contra a corrupção e pela democratização do sistema político da RAEM são as grandes metas da Associação de Novo Macau Democrático, que tem como cabeça-de-lista Au Kam San.
A formação é uma das duas que tem origem na Associação Novo Macau que elegeu na última legislatura dois deputados, e agora se lança na procura de quatro lugares no hemiciclo.
A estratégia política de dividir esforços para alargar a representação, entendem os membros da lista 15, não deverá sair gorada, e os objectivos do programa politico mantêm-se essencialmente os mesmos face à aquele que tem sido o mote da parceria Au Kam San e Ng Kuok Cheong.
Na apresentação do programa de candidatura, ontem, os candidatos da Associação de Novo Macau Democrático salientaram que os grandes temas que elegem na actual campanha eleitoral são indissociáveis.
“Quem luta contra a corrupção não pode fazê-lo sem um sistema politico saudável. O actual sistema político de Macau não é saudável. A distribuição do poder entre os diferentes sectores da sociedade não está equilibrada. Quando o poder politico está concentrado num pequeno grupo de pessoas, é impossível acabar com a corrupção”, disse o quinto de seis elementos da lista, Scott Chiang, em declarações à Rádio Macau.
“A nossa luta pela democracia visa uma participação mais equilibrada nos processos das decisões públicas. Acreditamos que isso irá ajudar a combater o problema da corrupção”, acrescentou.
Estratégia da multiplicação
A lista 15 garantiu também que a cisão que leva as listas Associação Próspero Macau Democrático e Associação de Novo Macau Democrático a concorrerem separadas a eleições não foi fruto de qualquer desentendimento político entre os dois deputados eleitos pela formação predecessora, Au Kam San e Ng Kuok Cheong.
“Isso é um disparate sem qualquer fundamento. Há quase vinte anos que os dois lutam juntos. Desde os acontecimentos de 1989, em Tiananmen, que lutam juntos por Macau e também pela China. A decisão de separar as listas é muito clara. Foi uma resposta às regras do jogo”, justificou Scott Chiang.
“O nosso desejo – disse – é potenciar ao máximo o voto dos nossos eleitores para podermos servi-los da melhor forma. Nas últimas eleições tivemos 23 mil votos e ainda assim não conseguimos eleger um terceiro candidato. Isso foi um desperdício de muitos votos”.
O candidato da lista de Au Kam San confia também que a estratégia adoptada deverá ser bem sucedida. “Já explicámos aos eleitores que a nossa meta é que ‘1+1’ seja igual a quatro. Temos toda a confiança de que as pessoas vão perceber este objectivo. Agora, se vamos conseguir atingi-lo ou não, isso já não depende de nós. Vamos lutar pelo melhor resultado, mas estamos preparados para o pior”, declarou.
Depois da apresentação, ontem, do programa político da lista 15 de Au Kam San, é hoje a vez da formação encabeçada por Ng Kuok Cheong dar a conhecer as propostas que defenderá caso consiga eleger candidatos.
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