A maioridade do Festival da Lusofonia

Entre os dias 23 e 25 de Outubro, a Taipa acolhe a 18ª edição do Festival da Lusofonia. Idade de gente grande, para um evento que desde 1998 traz à RAEM as tradições e a cultura dos recantos do mundo onde se fala português. O orçamento para a edição deste ano sofre um corte de 400 mil patacas.

Foi no topo do Mercado de São Domingos que a programação do 18º Festival da Lusofonia foi ontem apresentada à imprensa. Jogos tradicionais portugueses, um torneio de futebol de 5, insufláveis gigantes ou um simulador do Grande Prémio figuram na extensa programação. A representação de Portugal, entre os incontornáveis concertos que sobem ao palco do anfiteatro das Casas-Museu da Taipa, é encabeçada pelos alentejanos Virgem Suta.

O festival conta com a organização conjunta do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), do Instituto Cultural e da Direcção dos Serviços de Turismo de Macau. Aos jornalistas, Ma Kam Keong, administrador do IACM, explicitou assim, o propósito de um evento que congrega dez comunidades lusófonas: “Promover a cultura dos países e regiões de língua portuguesa, realçando os aspectos de contacto, de influência mútua e de intercâmbio. O Festival da Lusofonia pretende não só homenagear as comunidades locais de expressão portuguesa que ajudaram a construir Macau e que decidiram permanecer na RAEM, apoiando o seu desenvolvimento, como também promover o turismo local e criar um espaço de animação urbana, recreio e lazer para todos”.

A exemplo do que tem vindo a suceder noutros anos, as dez comunidades lusófonas estão representadas através das associações locais, incumbidas de montar um expositor que seja um reflexo da cultura e de um certo sentir do país ou região de origem.

Além dos expositores, a área do Festival, que se estende por diferentes pontos da Zona do Carmo – Casas-Museu da Taipa, Largo do Carmo, Jardim Municipal da Taipa e Rua da Restauração – integra ainda o Restaurante “Gastronomia Lusófona”, no Jardim Municipal, com cozinha portuguesa, e no Largo do Carmo, com pratos de outros destinos lusófonos.

Os Espectáculos de Música e Dança de Artistas Lusófonos Locais sobem ao palco do anfiteatro das Casas-Museu da Taipa nos dias 24 e 25. Entre as entidades que voltam a pisar o palco do Festival da Lusofonia estão o Grupo de Artes Performativas da Casa de Portugal, o Grupo Axé Capoeira, do Mestre Eddy Murphy ou a Banda da Escola Portuguesa de Macau. No mesmo palco, e nos três dias do evento, o Espectáculo de Música e Dança de Artistas dos Países/Regiões de Língua Portuguesa (ver coluna), conta com a presença dos portugueses Virgem Suta, da brasileira Mariene de Castro e do angolano Master Jake, entre outros. O Largo do Carmo acolhe o Espectáculo de Música Ligeira Lusófona de Artistas de Macau, com o agrupamento 80 & Tal e Mané Crestejo a encabeçarem o cartaz no que aos artistas locais diz respeito. Por esses dias, a Rádio Carmo instala-se nas Casas-Museu, com animadores que asseguram a locução em chinês, português e inglês.

Todos os públicos parecem caber num cartaz onde se enquadram ainda os jogos tradicionais portugueses, torneios de matraquilhos, torneio de futebol de 5 da Lusofonia, insufláveis gigantes para crianças, um simulador do Grande Prémio, passeios de pónei para crianças e um espaço recreativo infantil.

A organização do evento, que conta este ano com um orçamento de 2,4 milhões de patacas – um decréscimo face aos 2,8 milhões da anterior edição – espera uma afluência de público na ordem das 20 mil pessoas, à semelhança dos últimos anos. Quando questionado pelo PONTO FINAL sobre o balanço de um festival que este ano atinge a maioridade, Ma Kam Keong fez a apologia da preservação da cultura portuguesa no território: “O Festival teve uma evolução significativa, em cada ano melhorámos a sua organização. Queremos conservar a cultura portuguesa em Macau, como uma interligação entre a cultura portuguesa e chinesa, o que só existe em Macau”. S.G.

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